quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

MADELEINE VIONNET

MADELEINE VIONNET
Redescobriu o viés
1876-1975


Madeleine Vionnet é considerada uma das maiores costureira do século XX (QUEIROZ, 1998, p. 18). Nasceu no dia 22 de junho de 1876, em Chilleurs-aux-Bois, na França. Filha de pais separados quando tinha apenas dois anos ficou sob a guarda do pai, um alfandegário. Na escola se destacava na matemática, disciplina considerada inadequada para uma menina daquela época. Ainda criança com apenas doze anos iniciou sua vida profissional como ajudante de costureira, trabalho no qual não apreciava muito. Era aprendiz de madame Bourgueil, sua vizinha que confeccionava lingeries. Quando completou dezesseis anos foi trabalhar com Vicent, um costureiro bastante conhecido na época. Ficou neste atelier por dois anos. Casou-se com Emile Deyroutot teve um filho que faleceu ainda bebê. Divorciou-se e foi morar na Inglaterra. No início trabalhou como lavadeira em Surrey. Logo depois foi para Londres e com Kate Reilly, uma costureira famosa nos tempos da era eduardiana, que vestira as duas amantes do príncipe Eduardo VII. Após cinco anos saiu dessa oficina como premiére (contramestra). Em 1990 retornou à Paris e foi trabalhar na Callot Soeurs (Uma das maiores casas de costura francesa da época). Conheceu madame Gerber, que apreciava seu trabalho considerando-a melhor do que Poiret. Por tais atitudes vionnet foi grata a senhora por toda a sua vida. Certa vez disse que “graças a ela pude criar Rolls-Royces. Sem ela teria feito Fords”. Em 1907 trabalhou para Doucet, um dos maiores costureiros da história da moda. O prestigiado chefe deu-lhe liberdade para criar da maneira que achasse melhor. Um dos seus primeiros feitos foi abolir as barbatanas e babados das roupas. Em 1912, abriu seu próprio atelier na Rua de Rivoli, no. 222. Como muitos costureiros desse período teve que parar com suas atividades por causa da Primeira Guerra Mundial. Em 1918, reabriu sua casa, sua tendência modernista foi aceita quase que de imediato. No ano seguinte Vionnet criou os vestidos à moda grega e os com rosas. A partir dessa época os vestidos com viés tornaram sua grande marca. O viés não fora inventado por ela, no entanto foi a primeira a construí-lo nessa técnica (antes existia apenas nas golas ou nos enfeites).
Em 1922, a Maison Vionnet mudou-se para o palácio do duque de Lariboisiere. Era um templo da moda, de estilo moderno e atemporal, nele trabalhavam aproximadamente 1.300 funcionários. Mesmo antes da legislação trabalhista, a empresa já exercia seu papel social perante a sociedade, era concedido aos empregados refeições subsidiadas, assistência médica e um ginásio. A Maison era dividida em dois setores o de Vionnet e o de Marcelle Chapsal (costureira francesa) seu braço direito.





































Viennet era considerada como a arquiteta entre os estilistas. As inspirações vinham do movimento denominado purista (caracterizado pelas formas geométricas puras). Criava os vestidos direto no corpo de suas clientes (moulagem) ou em uma boneca de madeira de 80 cm de altura e com juntas articuladas. Os vestidos eram drapejados lembrando os modelos da Grécia Clássica e o corte era em viés, quase não tinha costura nos drapeados. As coleções eram atemporais com cores em tons que iam do bege à terracota, o amarelo e o vermelho, com presença a constante do preto e o branco. As formas mais trabalhadas por Vionnet eram o triângulo, o círculo e o quadrado. Os quatro pilares para as suas criações: proporção, movimento, equilíbrio e verdade. Grandes nomes foram influenciados por ela entre eles, madame Grés, Mad Carpentier, Jacques Griffe, Donna Karon, Marc Jacobs, Elie Saab, John Galliano, entre outros. Vionnet tentou evitar as cópias para isso, organizava álbuns de fotografias de suas coleções no intuito de combater a chamada pirataria. Em 1952, doou para a Union Française dês Arts Du Costume, 75 álbuns, 120 vestidos (criados entre 1920/1939) e 750 toiles. Vionnet não teve seu nome tão destacado quanto Chanel, portanto é considerada na história da moda como uma das maiores costureiras de todos os tempos. Criou vestidos exclusivos para as mulheres abastadas do mundo inteiro como, rainhas da Espanha e Bélgica, e sobrenomes como, Rothschil, Clemenceau, Citroen e Harrison Williams. Também vestiu grandes estrelas hollywodianas como, Marlene Dietrich, Katharine Hepburn e Greta Garbo. Forneceu toiles para a América e por toda a Europa.
Com a chegada da Segunda Guerra Mundial, fechou sua Maison, mas não parou de trabalhar. Ministrou cursos, Organizou o Museu do Costume em Paris. Vionnet morreu em 1975 aos 98 anos.




















(modelo de Marc Jacobs)

















(vestidos criação Paglialunga)



O rótulo da Maison Vionnet foi comprado por um empresário italiano e será liderado pelo ex design da Prada Rodolfo Paglialunga.

Até o dia 31 de janeiro estará acontecendo uma exposição de Vionnet no Museu Lês Arts Décoratifs. Site WWW.lesartsdecoratifs.fr


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

QUEIROZ, Fernanda. Os Estilistas. São Paulo, SENAI CETVEST, 1998.


SITES E BLOGS VISITADOS
WWW.lesartsdecoratfs.fr/
HTTP://colunas.gnt.globo.comfiles/977/209/08
http://www.marcosabino.com.br/

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

PAUL POIRET


O costureiro que libertou a mulher do espartilho






















Paul Poiret nasceu em 1879 na cidade de Paris, em um bairro chamado de La Samaritaime. Era uma criança geniosa e por isso o pai o matriculou em um colégio de jesuítas acreditando que o filho mudaria o comportamento, o que consta na historia, é que tal procedimento não obteve os resultados esperados. No colégio fazia visitas freqüentes ao teatro, tal contato rendeu-lhe ricas inspirações nas suas criações.
Antes de entrar para o mundo da moda o estilista trabalhou em uma empresa de guarda chuvas. Queiroz (1998, p. 12) dá informações de que esse período não foi tão bom para Poiret, pois ele precisa trabalhar, portanto passava noites a fim desenhando roupas inovadoras e as costurava com sobras de tecidos vinda da fábrica. Em 1898 vendeu alguns de seus modelos para o Maison Chéruit e Jacques Doucet, o segundo gostou tanto que o contratou para trabalhar em seu atelier. A primeira criação para Doucet teve excelentes resultados, tida como uma peça ousada para a época, uma capa vermelha de crepe com forro cinza voltando-se para fora formando lapelas. Nesta época Poiret passou a fazer figurinos para as famosas atrizes, Réjane e Sarah Bernhardt. O estilista progrediu muito, trabalhou por dois anos com Doucet, no entanto seu gênio difícil o fez parar de criar para a Maison. Foi despedido porque permitiu que uma namorada levasse desenhos seus para um concorrente com preços mais baixos. Ao sair da Maison Poiret ingressou-se no exército e por lá ficou durante três anos.
Em 1901, Poiret começou a trabalhar na casa Whorth. Em 1903 abriu seu primeiro salão, na rua Albert. As criações de Poiret eram consideradas muito simples para o período, no entanto extremamente elegantes. O auge da moda Poiret está datado no período de 1908 a 1914. Casou-se com Denise Bulet, uma moça vinda do interior, as pessoas ficaram surpresas com a escolha. Em pouco tempo transformou a esposa em uma das mulheres mais elegantes da Paris. Denise se transformou em uma espécie de vitrine a divulgar o trabalho do marido.
Poiret é reconhecido no mundo da moda como o grande costureiro que aboliu de vez o uso do espartilho. Lehnert (2007, p.14) diz que ao contrário de outras pessoas, o costureiro queria o fim do uso da peça apenas porque não a via como algo de bom gosto e moderno. Desejava revigorar a moda do seu tempo, ou seja, não havia nenhuma preocupação com a saúde, mas sim com a estética da silhueta feminina. Para o costureiro a beleza da mulher deveria ser vista de forma natural e como suporte bastaria usar o soutien e uma cinta. O soutien moderno e a calcinha (caçelons) confeccionada de seda e algodão menos volumosa são criações peças de suas criações.
A França deste período vivia a tendência do orientalismo. A apresentação da peça Shérazade (balé russo) cujos figurinos eram assinados por Léon Bakst, deu início a esta tendência. As cores fortes, as calças odaliscas e os tecidos brilhantes passaram a fazer parte das criações de Poiret. Suas inspirações vieram do fauvismo.


Poiret desbancou a moda ostentativa predominante desde século XVI, disse certa vez para a revista Vogue (1913):

“vestir uma mulher não é cobri-la com ornamentos, mas sim sublinhar o significado de seu corpo e realçá-lo, envolver a natureza em um contorno capaz de acentuar sua graça” (QUEIROZ, 1998, p.14).

As peças mais inovadoras do costureiro foram: a Minaret, que era uma túnica em forma de abajur, a saia funil, que exigia da mulher passos curtíssimos, o trotteur (tailler de corte masculino) e para fazer uso dele, foi necessário subir a barra da saia até o calcanhar, fato que escandalizou que provocou espanto nas pessoas conservadoras da época. As calças odalisca e culote são precursoras das pantalonas e de outros modelos de calças atuais. Observando que de início estes trajes não eram aceitos por todas as mulheres, mas sim por atrizes e mulheres mais ousadas.
Poiret transformou-se em um dos mais famosos costureiros, no entanto com o início da Primeira Guerra Mundial, Poiret teve que se afastar para servir o exército. Foi uma de suas piores fases. Por constar em seus documentos a profissão de alfaiate, teve que arrumar os uniformes dos soldados, tarefa nada fácil para ele que não sabia costurar. Desenhou fardas mais práticas e com menos tecidos. Passou a ser chefe de produção, mas o temperamento genioso o colocava em constantes dificuldades. Após a guerra retornou ao seu atelier, mas percebeu com muita frustração que a moda seguia o espírito do momento, suas roupas já eram consideras ultrapassadas. Poiret organizou festas no intuito de resgatar seu prestígio, mas foi em vão. Caiu em ruína a esposa e os clientes o abandonaram. Em abril de 1944, Poiret morreu pobre e esquecido.
Muitos dizem que Poiret após retornar ao seu atelier fracassou pelo fato de não acompanhar a tendência pós guerra. Seus vestidos não eram práticos para um período em que as mulheres tinham que suprir a ausência do homem em casa. Chanel surgia libertando de vez as mulheres dos adornos e dos cortes desconfortáveis. Para ela a liberdade de movimentos femininos significava a modernidade.





BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:


QUEIROZ, Fernanda. Os Estilistas. São Paulo, SENAI CETVEST, 1998.
LEHNERT, HISTÓRIA DA MODA. Do Século XX. São Paulo, konemann, 2007.

BLOGS E SITES VISITADOS:

www.style.it/cont/
photogallery/0704/2705
htt://4.bp.blogspot.com
http://2.bp.blogspot.com/
http://bp1.blogger.com/
veja.abril.com.br//30607/p_102.shtml
www.capsaicina.com.br/tag/poiret

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

CHARLES FREDERICK WORTH

O Primeiro Estilista da História da Moda

Charles Frederick Whorth (foto) nasceu em 1825 na Inglaterra. Segundo Sabino (2007, p. 638), sua trajetória profissional iniciou-se como vendedor no ramo de lojas na Swan & Edgar e Seda (Lewis E. Allendy). O pai foi advogado e antes de falir em consequência dos jogos, deu-lhe boa instrução.
Whorth tornou-se personalidade muito importante para a história da moda. A concepção de Alta Costura foi criada por ele. Não gostava de ser chamado de costureiro preferia ser o artista dos vestidos ou o criador de toiletes. Em 1845, foi para a França trabalhar em uma loja especializada em produtos de luxo chamada Gagelin. Queiroz nos informa que a característica ambiciosa do estilista o levou a observar e estar em contato com a alta sociedade parisiense (1998, p. 7).

Marie Vernet era uma de suas vendedoras e tornou-se sua esposa. Sua beleza e elegância despertaram no marido a idéia de torná-la a primeira manequim a exibir as roupas no próprio corpo. A grande divulgadora do trabalho de Whorth foi Eugenia de Montijo, esposa do imperador Napoleão III, foi ela quem apresentou suas criações para a corte.
Em 1864, Whorth eliminou o uso da creolina, os vestidos a partir de então passaram a ter apenas uma calda e posteriormente foi acrescentada uma anquinha na parte de trás. O sucesso de suas roupas era tanto que em apenas dez anos havia tornado-se o maior nome da moda e também ditador no ato de se vestir. A mulher que quisesse vestir suas roupas tinha que ir até seu atelier com exceção de Eugênia e sua corte. O criador poderia dispensar a cliente quando não a achasse a altura de seus vestidos.
Laver menciona o historiador francês Hippolite Taine descrevendo sobre a espera das mulheres no atelier do costureiro e a obediência delas em não questionar lhe sobre os vendidos indicados (2007, p.188).
Whorth era especialista em vestidos luxuosos e exclusivos. Criava modelos para bailes e para as mulheres se apresentarem a corte. Sua clientela ampliou-se para outras realezas como, Austrália, Suécia, Itália, Rússia. Também passou a vestir as mulheres de grandes posses dos Estados Unidos. Foi o primeiro a vender modelos e toiles (Moldes de tecidos) para reprodução na América e Inglaterra. Os vestidos túnica e o de corte princesa tiveram enorme aceitação. A anquinha é considerada uma inovação de grande sucesso. Outras criações foram o manto da corte pendurado nos ombros, os vestidos com dois corpetes, sendo um para o dia e outro para a noite, as mangas e saias contendo passamarias, os babados e bordados. Whorth foi o primeiro estilista a apresentar as coleções por estação, outono/inverno e primavera/ verão. Usou a tecnologia da época a seu favor como, a máquina de costura, a renda feita à máquina e os novos corantes. Parte de sua inspiração vinha das obras de Van Eyck, Gainsborough e Diogo Velásquez. O fracasso chegou para Whorth. Dos seus inúmeros seguidores muitos se tornaram seus concorrentes. A Maison Paquin e Doucet eram uma delas. Com o surgimento desses novos profissionais da moda, o fim da corte (a imperatriz Eugênia deixara de ser modelo a ser copiada), a crise e a guerra Franco Prussiana (1870/1871) ocorre à queda do maior costureiro do século XIX que governara sozinho, a moda francesa por cinco décadas.
Com a morte do estilista, seus filhos deram continuidade nos negócios. Whorth já os havia preparados como sucessores. Os irmãos foram bem sucedidos, embora contassem com a presença da concorrência. Em 1900 a Maison Whort lança o perfume “Jê Reviens” e garante enorme sucesso.
A Segunda Guerra chegou devastando a Europa e com isso a casa Whorth chega ao fim. Após a Guerra um nome que há algum tempo vinha ofuscando o brilho de Whorth chegou para dar continuidade às grandes personagens da história da moda: PAUL POIRET.







BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

LAVER, James. A ROUPA E A MODA. Uma História Concisa. São Paulo. Companhia das Letras, 1989.
QUEIROZ, Fernanda. Os Estilistas. São Paulo, SENAI CETVEST, 1998.
SABINO. Marco. Dicionário da Moda. Rio de Janeiro, Ed. Campus, 2007.


BLOGS VISITADOS:

www.Pateira.net/display
http://www.metmuseum/. Org./
http://www.mal-tagge.blogspot.com/
WWW.vistase.wordpress.com/.../
WWW.namidiacom.worpress.com
http://www.npv.blogspot.com/
http://www.brincandoevestindoahistoria.blogspot.com/