domingo, 14 de fevereiro de 2010

CHRISTIAN DIOR, O ESTILISTA ABSOLUTO

“Diz-se de Dior: Outros brilharam, ele reinou”.
(Queiroz 1998, p. 38)


Christian Dior foi considerado o rei absoluto da alta costura. Sua carreira durou pouco, no entanto seu nome ficou consagrado como um dos maiores costureiros da história. Sua trajetória de sucessos fora interrompida por um derrame. O genial estilista nasceu em Granville, França, em 21 de janeiro de 1905, gostava de lembrar-se que seu nascimento coincidia com a data da morte de Luís XIV. Sua família pertencia à classe média alta da França. O pai atuava no ramo de fertilizantes. Dior teve uma infância tranqüila entre Paris e Normandia (onde passava as férias). O evento no qual costumava a participar quando estava de férias era o carnaval e isso o estimulou a criar fantasias. Desde cedo apreciava a música e os desenhos. Embora fosse dotada pela forte vocação artística e desejasse fazer o curso de arquitetura, seus pais o influenciaram a cursar Ciências Políticas.
























fez sociedade com o amigo Jacques Bonjean e juntos abriram uma pequena galeria de arte Moderna, situada à Rua de La Boétie. Em 1931 Dior viu sua vida passar por uma turbulência, a mãe faleceu em conseqüência de câncer, o pai abriu falência e ele ficou doente com tuberculose. Durante o período em que esteve doente, vários amigos o ajudou Jean Ozzene o incentivou a fazer desenho de moda. Logo ficou conhecido pelas revistas Vogue e Harper “s Bazaar. Trabalhou como desenhista para um dos grandes nomes da moda da época, Robert Piguet.
Com o advento da Segunda Guerra Mundial, Dior teve que ir para Berri, para servir o exército militar. Após um ano foi liberado para visitar seu pai que estava em um retiro em Callian, gostou da vida campestre e por lá ficou durante dois anos. Retornou a Paris em 1942 e começou a trabalhar na Maison Lelong, conhecida pelos tecidos nobres e o bom acabamento das roupas, o estilista da loja era Pierre Balmain. Em 1946 Dior inaugura sua própria Maison. A decoração era composta por espelhos de cristais com molduras douradas e poltronas Luís XV de medalhão, símbolo da marca (QUEIROZ, 1998, p. 39). A moda pós guerra era vista por Dior como “uma maldição”, a mulher estava masculinizada em sua silhueta pesada e quadrada. Em 1947, lançou a coleção Corolle que segundo sua assistente, madame Raymonde, era as lembranças da mãe, que era elegante e de muito bom gosto. Inspirou-se na moda da Era Eduardina ou Belle Époque. Resgatou a beleza e a feminidade da mulher. A cintura fina marcada pelo espartilho, saias volumosas com decotes delicados, sapatos Carmem e luvas faziam parte da nova silhueta feminina. Embora muitos manifestantes do “new look (expressão criada pela jornalista Carmel Snow) tenha considerado-o como algo extravagante para o momento de privatizações, tristezas e escassez de alimentos, provocados pela guerra, mulheres do mundo inteiro aderiram o novo visual mesmo aquelas que não podiam ter um vestido original, recorriam à cópia. O tailleur Bar (casaquinho de seda acinturado, ampla saia preta plissada, luvas, sapatos de salto altos e chapéu) foi o look que marcante da linha. Outra criação de grande sucesso foi o perfume Miss Dior. Também faziam parte da linha DIOR: os batons, os perfumes e os sapatos. O estilista ganhou fama rapidamente e logo tornou-se celebridade. Ganhou o Oscar da moda, realizou um desfile particular para a rainha da Inglaterra, foi condecorado com a Légion d’Honneur por ter renovado a moda francesa. O costureiro soube aproveitar-se do momento para promover-se cada vez mais, sendo capa das grandes revistas de moda entre elas a Life
Perfume Miss Dior e Time dos Estados Unidos e aparecendo nos programas de televisão. Dior foi o estilista que mais negociou com os Estados Unidos, levava suas manequins para as apresentações de suas coleções. Era um homem elegante, gentil e afetuoso, tinha grande facilidade para lidar com as pessoas e a mídia, possuía o espírito empreendedor. O vestido chamado diorama, confeccionado em lã preta possuía uma saia com mais de 40 metros de circunferência (quando era aberto) e foi o que mais marcou a segunda linha. Nos onze anos de sucesso não houve concorrente. A cada ano suas criações vinham com linhas diferenciadas entre elas estão: Zig Zag ou envol, ciclone a trompe-l’oeil, milieu Du siécle, linha A, H e Y entre outras. A partir de 1950 a silhueta ficou mais suave, a cintura foi liberada com o surgimento da linha H e do vestido saco. A marca Dior ainda conserva o glamour e o luxo desde sua inauguração. Atualmente o estilista da marca é John Galliano que tem em suas criações a mesma característica do mestre: glamour e desfiles exageradamente espetaculares. No entanto Dior sentiu não apenas o sucesso, mas também a grande pressão e o peso de ser o único a reinar absoluto. Foi o estilista responsável por ter apagado da mente das pessoas os horrores da Segunda Guerra Mundial Buscava realizar criações cada vez mais inovadoras e belas. Sobre suas angústia escreveu: ”Eu tento escapar, fico desejando que aconteça uma catástrofe inesperada que não permita que a coleção seja exibida. Eu quero morrer...” Em 1957 veio a falecer deixando como sucessor um jovem tímido cujo nome se faz presente entre os maiores costureiros de todos os tempos YVES SAINT LLAURENT.


A Dior em São Paulo é a única loja da América Latina





















Modelo usando Dior


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

QUEIROZ, Fernanda. Os Estilistas. São Paulo, SENAI CETVEST, 1998.

Site e blog visitados:
www.anaclaragormendia.blogspot.com
nubiaaibi.blogspot.com
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